Matérias: Acaba quando começa...

Com certeza você já ouviu falar na TV, rádio e jornais sobre os problemas causados pelo tráfico de drogas. Roubos, mortes, famílias desmoronando. O estado tem grande parcela de culpa nisso, pela sua omissão no cumprimento do seu papel. O nosso "way of life" também contribui, fazendo com que as pessoas fiquem mais vulneráveis as drogas, devido aos valores que a sociedade como um todo adota, valorizando o que é superficial, passageiro e descartável. Mas apesar disso tudo uma coisa é certa: Se não houvesse usuário não haveria tráfico. Aí se entra na questão se o usuário deve ser tratado com vítima ou como bandido. Discussão à parte, deveria ser feita uma conscientização geral sobre as conseqüências do uso das drogas ilícitas*, não só os danos á saúde, mas também os danos à sociedade. A pessoa que compra drogas ilícitas deve ter a consciência de que querendo ou não, está patrocinando os traficantes, dando-lhes dinheiro para comprar armas, armas estas que farão execuções tirando a vida de pais, mães, irmãos, maridos, esposas, amigos, vizinhos inocentes, e em muitos casos o próprio usuário quanto este já não tem mais dinheiro para sustentar o seu vício e morrerá pelas mãos daqueles que ele financiou. Cada um tem a liberdade de fazer o que bem entender com seu corpo, mas há de se pensar quando seus atos podem interferir na vida de pessoas inocentes. Há de se ter em mente antes de "curtir um barato", de "dar um trago" ou de "descolar um baseado" as conseqüências destes atos para com a sociedade.

Rodrigo Galhano Tourinho Reis

*ilícito-Não lícito; proibido pela lei
O efeito cascata : Fulano que vive na favela (ou mesmo em áreas de classe média/alta), acaba tendo que trabalhar para os traficantes, por diversas razões que penso não haver necessidade de descrevê-las. Fica amarrado nesse emaranhado de necessidade até a adolescência. Um belo dia, eis que Fulano perde a "mercadoria" porque tem que sair correndo para não ser pego pela polícia, como conseqüência chega para o "patrão" sem a "féria" do dia e sem a "mercadoria". O "patrão" obviamente não quer saber de desculpas, se não vendeu nem trouxe de volta, manda o fulano se virar e dar um jeito. O jeito encontrado por Fulano é assaltar motoristas no sinal. No dia seguinte, um carro de uma mulher se aproxima e pára no sinal, Fulano salta de trás de um muro, e visivelmente nervoso, aponta uma arma para a mulher e pede a bolsa. A mulher, também nervosa com a situação, começa a gritar e Fulano "meio que sem querer" dispara e a mulher pára de gritar.
No velório da mulher, estão lá todos os seus parentes, tristes e terrivelmente chocados com a violência, inclusive seu filho adolescente... Aquele mesmo que havia procurado pelo Fulano de manhã, para comprar o pó, mas não o encontrou, e sabemos porque...


Por: Octávio Eugenio Rocha


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