Entrevistas: The Joke? |
Pra começar fala como surgiu a banda.
Da formação inicial só tem o batera - o Lezma. Pô, sem muito mistério, três
jovens - Lezma, Daniel (Soul Factor hoje) e Wagner - doidos pra montar uma
banda e fazer um som. Aliás numa época em que as bandas de metal estavam
pipocando em BH. Os caras já pensavam em fazer um metal diferente o que é
perceptível no primeiro disco gravado em 94, tendo em vista o contexto da
época.
Quais as principais influências do The Joke??
Metal, hardcore e experimentalismo. Nosso experimentalismo tem um pé nas
idéias musicais de Mike Patton (Faith no More, Mr Bungle, Fantomas, Tomahawk).
Como se define o estilo musical do The Joke??
Cara, eu considero como Metal alternativo, nada de new metal, mas um só com
originalidade.
Por quem e por qual motivo a banda se chama The Joke??
A banda se chamava The Joker (O Coringa), mas pintou uma banda no inicio da
década de 90 que registrou esse nome e daí a banda teve que mudar o nome. Pra
facilitar o nome que já tinha pegado, trocou-se o R pela ?. A banda sempre
teve a característica de escrever letras aparentemente engraçadas, mas com uma
mensagem dura.
A banda segue alguma ideologia/filosofia de vida?
Sim. Somos cristãos. Nos preocupamos com o próximo e procuramos nos envolver
de forma prática em questões sociais.
Pelo fato da banda ser de BH, dificulta a divulgação? Já sofreram preconceito
por isso?
BH sempre teve o respeito do público nacional. Nossa maior dificuldade é a
questão de sermos cristãos. Ainda rola muito preconceito em relação a isso.
Mas pouco a pouco vamos conquistando o respeito das pessoas, conseqüentemente
nosso espaço.
Como anda a cena independente em BH?
BH continua fervendo bandas, mas a cena poderia ser melhor. A maioria dos
shows estão vazios. É desestimulante. Já rolou tempos melhores.
Fale um pouco do recém-lançado álbum, Cockroach.
Com certeza esse é o melhor trabalho que já fizemos. Fizemos um pré-produção
antes de iniciarmos as gravações. Procuramos cercar de todos os lados para que
o trampo mostra-se com fidelidade nossa identidade musical. Cockroach é
extremamente versátil e duro. Nenhuma música é parecida com a outra, mas todas
são marcadas de personalidade.
Comente um pouco sobre os outros registros da banda.
Em 95 foi lançado em formato demo-tape o primeiro trabalho 'The death of the
brittle biscuit' com 9 músicas que foi relançado como CD em 2003 pelo selo
Força Eterna Records. Este disco tem fortes influências do thrash-metal.
Depois a banda sofreu uma mudança na formação e veio a gravar um demo-ensaio
em 98 com 4 músicas já mostrando mudanças na sua sonoridade. Em 2001 lançamos
o álbum Beware of the Dog com 11 músicas já apresentando o tipo de som que
tocamos hoje.
Como foi a idéia de fazer o videoclipe?
Conheci o Daniel Vargaz numa noite, ele é peruano e estava de passagem pelo
Brasil. O cara tem muito tempo de experiência com vídeo. Ele precisava de um
aparelho de DVD e cedi o meu pra ele. Daí ele me mostrou alguns trabalhos e
fiquei muito surpreso com o que vi e perguntei se ele topava fazer um clipe
com a gente, mesmo sem muitos recursos. Daí lembrei de um amigo cinegrafista,o
Saúde (profissional respeitadíssimo no Brasil) que poderia nos ajudar. Putz!!!!
O cara topou e a coisa cresceu de uma forma que nem imaginava. Daí o Saúde
articulou um produtor que conseguiu muita coisa pra nós. Veniste foi uma
música certa por ser pequena e direta. Foi ducaramba!!!
Quais os projetos para 2006?
Tocar, tocar, tocar. Viajar pelo Brasil tocando o novo disco COCKROACH.
Estamos também articulando uma turnê pela América do Sul.
Deixe uma mensagem pra finalizar:
Primeiro quero agradecer ao Zine Kaos por nos ceder o espaço para a divulgação
do nosso trampo. É muito difícil ser independente e fazer um trabalho sério de
qualidade. Minha mensagem é que nos juntemos, que somemos nossas forças, que
se quebrem os preconceitos, os paradigmas. Vamos sair da teoria, prestigiar o
underground. Valorizar nossa contra-cultura. Participe!!! Divulgue!!! Apoie.
Contatos:
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